ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 15.04.1996.

 

 


Aos quinze dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antônio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Vigésima Primeira Sessão Ordinária, que foi aprovada. À Mesa foram encaminhados: pelo Ver. Luiz Braz, 01 Emenda no 14 ao Projeto de Resolução no 10/94 (Processo no 823/94); pelo Ver. Nereu D’ Ávila, 01 Emenda no 15 ao Projeto de Resolução no 10/94 (Processo no 823/94); pelo Ver. Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Providências; pelo Ver. Luiz Negrinho, 01 Pedido de Providências; pelo Senhor Prefeito Municipal, 03 Ofícios nos 152, 153 3 154/96. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nos 20/96, do Senhor Nils Taranger, Presidente da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, 70/96, do Senhor Ramon Sanchez, da Embaixada de Cuba no Brasil; Cartões, da Senhora Iara Wortmann, Secretária de Estado de Educação, do Senhor Cézar Busatto, Secretário de Estado da Fazenda. Em continuidade, foi aprovada Licença para Tratamento de Interesses da Vera. Helena Bonumá, no dia de hoje, dando posse, o Senhor Presidente, ao Suplente Gerson Almeida, informando que sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. A seguir, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Jurandir Leite, Presidente do Sindicato dos Telefônicos do Rio Grande do Sul – SINTTEL, que discorreu sobre as demissões de funcionários da Companhia Riograndense de Telecomunicações – CRT, pelo Governo do Estado. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Pedro Ruas comentou sobre o tema da Tribuna Popular, criticando o desrespeito à legislação trabalhista pelo Governo do Estado. O Ver. Gerson Almeida criticou as demissões verificadas na CRT, dizendo conhecer a realidade da empresa posto que foi seu funcionário. O Ver. Lauro Hagemann consignou seu apoio à luta dos telefônicos, criticando o desrespeito pelo Governo do Estado a essa categoria. O Ver. Jocelin Azambuja reportando-se ao tema da Tribuna Popular, lembrou que a CRT teve origem em um governo do PTB, apoiando a luta dos telefônicos. O Ver. Raul Carrion discorreu sobre a importância da CRT para nosso Estado, manifestando sua contrariedade à política neoliberal do Governo do Estado. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que a Casa constituiu uma Comissão Especial para tratar do desemprego, convidando o Presidente do SINTTEL a participar da reunião dessa Comissão quarta-feira próxima, às nove horas e trinta minutos. Às quatorze horas e quarenta e nove minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às quatorze horas e cinqüenta e três minutos, constatada a existência de “quorum”. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Dib teceu considerações sobre a transparência na condução dos trabalhos da Casa, dando especial ênfase à questão do número de cargos em comissão existentes em cada Gabinete. A seguir, em votação nominal solicitada pelo Ver. Mário Fraga, foi aprovado, por vinte e um Votos SIM, cinco Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa solicitando sejam suspensos os trabalhos da presente Sessão às dezesseis horas de forma que os Senhores Vereadores possam participar de ato público promovido pela Federação e Sindicato dos Bancários em defesa do Banco Meridional e contra a sua privatização, votando Sim os Vereadores Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D’ Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, votando Não os Vereadores Antônio Hohlfeldt, Edi Morelli, Fernando Záchia, Jocelin Azambuja, Luiz Braz e optando pela Abstenção o Ver. Luiz Negrinho. O Requerimento supra aprovado foi encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Raul Carrion, Fernando Záchia, Antônio Hohlfeldt, Edi Morelli, Pedro Américo Leal, Guilherme Barbosa e Mário Fraga. Anteriormente à aprovação do Requerimento de suspensão dos trabalhos do Ver. Guilherme Barbosa, o Senhor Presidente, observando Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Dilamar Machado e Antônio Hohlfeldt, determinou a realização de chamada nominal e, constatada a existência de “quorum”, ingressou-se na ORDEM DO DIA. Nesta ocasião, por proposição do Senhor Presidente, aprovou-se a inversão dos trabalhos da presente Sessão, realizando-se a Pauta após a Ordem do Dia. Ainda, o Senhor Presidente informou que o Ver. Airto Ferronato, na tarde de hoje, encontra-se em representação externa tratando da Jornada Governo do Estado e Câmara Municipal. Às dezesseis horas e nove minutos, face à aprovação do Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa, os trabalhos foram regimentalmente suspensos. Às dezoito horas e quarenta e cinco minutos os trabalhos foram reabertos e, constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou-os encerrados, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn e Edi Morelli e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia e Mário Fraga, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Fernando Záchia, 1o Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Jurandir Leite, representando o SINTTEL – Sindicato dos Telefônicos do Rio Grande do Sul está com a palavra por 10 min.

 

O SR. JURANDIR LEITE: Sr. Presidente, Ver. Edi Morelli; Ver. Mário Fraga; Ver. Fernando Záchia; Srs. Vereadores; aqui presentes.

Não é a primeira vez que o nosso Sindicato faz uso desta tribuna, às vezes para elogiar, às vezes para também criticar. E nesse momento nós estamos apenas complementando um ato que fizemos nas duas vezes que usamos esta tribuna. Contra os atos arbitrários, primeiro na Gestão Collares, na entrega da CRT à Stet naquele período. E hoje, não estamos aqui simplesmente contra a entrega deste nosso setor estratégico, que nós mesmos os empregados solicitamos há muito tempo a capitalização da Empresa – e os investimentos vão ser feitos para o bem da nossa comunidade -, estamos aqui em defesa do nosso povo, povo trabalhador que fez desse País, o que ele é hoje.

Na CRT, hoje, temos demissões de todas as ordens, as principais são as dos aposentados pelo INSS, que deram a sua vida, trabalhando 25, 30, 35 anos por esse País, fazendo jus a este direito solicitaram aposentadoria pelo INSS, porém não haviam adquirido, ainda, as condições para se aposentarem pela Fundação. O nosso Fundo de Pensão, não foi criado por nós, trabalhadores, mas pelos Governo Federal, Governo Estadual e pelas empresas que, compulsoriamente, nos associaram, sem nos perguntar se queríamos. Nos colocaram nos Fundos de Pensão com aquele argumento de que se criaria um capital de giro, uma poupança nos País e que alavancaria o nosso desenvolvimento. São os Fundos de Pensão que hoje sustentam as bolsas de valores e os investimentos deste País. Mas no momento em que as pessoas que contribuíram para os fundos aguardam a sua aposentadoria digna, elas recebam da sua empresa, aos vinte e cinco anos de trabalho, um alfinete na lapela como condecoração de um ótimo funcionário; e aos trinta e cinco anos de trabalha leva um chute no traseiro, como nós, trabalhadores da CRT, estamos levando sem levar nenhum direito. A PGF se alça como poder de todo este País e manda embora esses trabalhadores, mesmo sem terem condições de se aposentar pela Fundação, que perdem tudo o que acumularam para ter uma aposentadoria digna. Perdem o direito, porque a PGF baixa um Parecer e o Governador obedece; manda as empresas cumprirem, jogando essa gente para o “olho da rua” sem indenização, sem rescisão das parcelas rescisórias, desrespeitando as leis trabalhistas deste País.

Vários desses aposentados estão aqui presentes. Há outro tipo de demissão arbitrária que está ocorrendo na CRT. As pessoas estão sendo chamadas para fazer os exames  periódicos, depois de mais de 20 anos prestando serviços a esta Empresa. Elas já estão cheios de doenças de tanto carregarem escadas nos costas, de levantar tampas de guaritas, de descer na sujeira das guaritas, pegando doenças incuráveis nos pés, morrendo nas redes elétricas. Temos mais de vinte trabalhadores mortos nos últimos 10 anos, um exército de mutilados na CRT e não é reconhecido o direito da periculosidade. Quando esses trabalhadores buscam esse direito na Justiça são colocados na rua sob coação e ameaça, como está sendo feito na CRT e como está sendo constatado na frente dos juizes, porque os trabalhadores pedem para retirar a ação, mas quando chegam na frente do juiz dizem que não queriam tirar, que estavam sendo coagidos, ameaçados, ou tiravam a ação da Justiça ou iam para a rua. Isso está sendo feito dentro da CRT. Em contrapartida o Sr. Fernando Henrique acaba de assinar aquilo que o Brasil já adotou em 92 e que, agora, em 06 de janeiro de 96 aderiu à Convenção 158 da OIT que proíbe a demissão imotivada. Como é que um Presidente da República no dia 14 de abril homologa a Convenção 158 das demissões imotivadas e o nosso Governo se alça acima de todos os Poderes colocando gente para a rua? Então, estamos vindo a esta Casa, onde sempre tivemos um amparo legal e social do lado dos trabalhadores, do lado da sociedade.

Essas pessoas que estão indo para a rua em nome da modernidade, da competividade, do enxugamento do Estado, foram as que construíram essa sociedade para nós. Agora, são descartáveis para este Governo. Então, Srs. Vereadores e senhores presentes, nós vimos solicitar aos senhores que de alguma maneira este Legislativo, que sempre acatou as aspirações e as reivindicações do povo de Porto Alegre, do povo gaúcho e do povo brasileiro, que levante a sua voz contra esse arbítrio que está ocorrendo no nosso Estado, onde um governador se arvora mais realista do que o rei querendo fazer deste Estado o laboratório experimental para a política da globalização, da entrega, levando o nosso País à miséria, tornando o nosso País o dos desempregados. Depois, nós que estamos trabalhando, que temos carteira, daqui a alguns dias vamos ter que estar pagando pedágio na rua, porque aqueles desempregados que estão sendo colocados na rua, hoje, vão cobrar de nós lá fora para podermos andar nas ruas, porque não vão ter o que comer. Isso que está sendo feito é um crime. Em nome desse Plano Real tudo é legal, até matar as pessoas. Então, gente, nós não podemos aceitar isso calados e, por isso, vimos aqui solicitar a esse Legislativo, que sempre nos acolheu nos momentos difíceis da classe trabalhadora, solicitar novamente a vocês, Vereadores de Porto Alegre, que levantem a sua voz em defesa, não só dos trabalhadores da CRT, não só dos trabalhadores gaúchos, mas do nosso País; eles precisam de socorro e que o nosso estado não sirva de mau exemplo para todo o País, de um estado entreguista, do estado que está tornando seu povo miserável. Muito obrigado. Companheiros.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, para falar em nome do PDT.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Caro Companheiro Jurandir Leite, Presidente do SINTTEL, demais companheiros da Diretoria aqui presentes, Itamar, Ademir, os Companheiros aposentados – César Bortolan do SINTTEL, Alfrei, Luiz Henrique, João Carlos, Barbosa, Sônia, Ione, João, Lígia, Rosa Maria, Rubem, Hugo, vários outros presentes, amigos telefônicos. O que coloca o Presidente Jurandir Leite para nós, na verdade, é um grito de alerta a toda a sociedade Rio-Grandense, porque o Governo Estadual, adotando uma política nos moldes do Governo Federal, de implementação do Projeto Neoliberal, às custas do sangue dos trabalhadores, em seu afã de entregar, entre aspas, enxuta, uma empresa nos moldes capitalistas, viável, entre aspas, também, passa – Companheiros de Bancada Isaac Ainhorn, Dilamar Machado, Milton Zuanazzi, Nereu D’ Ávila, Vereadores das demais Bancadas a ter a coragem e o caradurismo de demitir, até mesmo atropelando a Legislação vigente que já não garante quase nada. A Legislação vigente, com exceção de algumas novidades que estão vindo por aí, via Organização Internacional do Trabalho, não garante nada. Pois o Governo Estadual, através da Diretoria submissa da CRT atropela até mesmo essa Legislação. Demite servidores sem pagar sequer – pasmem Vereadores – as parcelas desses ônus, o mínimo dos mínimos na Legislação Internacional, demitindo sem pagar aviso prévio, férias proporcionais,  décimo terceiro proporcional, sem liberar o Fundo de Garantia. A CRT demite, como se demitia no início do século e mais do que isso, em relação a inúmeros trabalhadores, e dou como exemplo os Srs. Paulo Roberto Lima Leal e João Barbosa, que sequer os exames remicionais corretos foram feitos e são pessoas que foram demitidas com problemas graves de saúde e tiveram problemas agravados a partir da demissão, como muitos outros dentro da sua categoria. Esse tipo de denúncia que faz o SINTTEL, neste momento, para nós é também o reconhecimento das posições que a Câmara Municipal tem tomado, ao longo dos anos, sempre defendendo os interesses maiores da sociedade gaúcha. Já houve ocasiões, Presidente Jurandir, em que neste Plenário tivemos posições tão avançadas, servindo de exemplo para a discussão em todo o Estado, através da Tribuna da Assembléia Legislativa.

Tenho certeza de que a Câmara, em sua grande maioria, está solidária com os trabalhadores da CRT, porque, neste momento, o problema por que passam os trabalhadores da CRT é, na verdade, exemplo e prenúncio do que acontecerá com todos os trabalhadores gaúchos e brasileiros, em função desse tipo de política implantada e da falta de compromisso até mesmo com uma Legislação mínima trabalhista que garantia direitos elementares de pessoas que hoje estão jogadas na rua da amargura, já com casos registrados de hospitalizações graves, baixas por depressão profunda, tentativas de suicídio, enfim, toda sorte de mazelas que acarreta um tipo de atitude como esta. Para nós, Rio-Grandenses, porto-alegrenses, representantes do povo de Porto Alegre, é um pesar muito grande verificar que, na CRT, no Governo do Estado, se implanta essa política de demissão arbitrária e motivada, que envergonha a todos e coloca para nós, detentores de mandato popular, a obrigação da denúncia e a obrigação de estar junto com o Senhor, Presidente Jurandir, com os companheiros do SINTTEL e com todo que, de uma forma ou de outra, lutam e colocam o seu talento, o seu tempo, o seu esforço a serviço da causa dos trabalhadores gaúchos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Requerimento, de autoria da Vera. Helena Bonumá, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares.

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença para tratar de interesses particulares da Vera. Helena Bonumá e declarado empossado o Suplente, conforme consta na Ata.)

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. GERSON DE ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, companheiros e amigos da CRT, empresa à qual pertenço há mais de 17 anos.

Falo em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, neste momento e, numa situação muito particular, já que, há três semanas atrás, depois de 3 anos de licença para exercer o cargo de Secretário Municipal do Meio Ambiente da Administração Popular, retornei ao meu trabalho na CRT, trabalhando, hoje, na região metropolitana, na OPA, ali na Azenha. Quero dizer que dois sentimentos me tomaram conta, primeiro foi de satisfação e alegria por rever antigos companheiros e amigos com que partilhamos muitos anos e muitas lutas, com todas as suas vitórias e sofrendo, também, vários reveses, mas nunca deixamos de lutar. E esta categoria, mais uma vez, está enfrentando uma situação difícil. E, de outro lado, ao lado desta alegria e satisfação, tive também a surpresa de ver uma pressão jamais vista na CRT, e já vimos, nos últimos anos, pressões na empresa, tudo isso motivado pela falta de critérios e pela falta de objetivos claros sobre o que o Governo do Estado e o seu PMDB querem com a E presa Pública CRT. Se querem, efetivamente, colocá-la à altura dos desafios que esse período coloca para os setores de telecomunicações do mundo inteiro, como setor que tem mais perspectivas pela frente, fundamentais para qualquer tipo de projeto moderno, ou, se queremos aprofundar as incapacidades, a desqualificação, a verdadeira guerra que é feita hoje contra o funcionalismo público, em particular, às estatais, para melhor e mais facilmente entregá-la aos interesses mais mesquinhos e privados que já têm abocanhado vários setores de um patrimônio acumulado há muitos anos povo brasileiro, fico com a segunda escolha, porque este filme já vimos, o Governo do PMDB já governou a CRT há alguns anos e foi a mesma coisa. É a versão dois de um filme infeliz – só que, desta vez, piorada -, com uma aliança e uma força, em nível da Assembléia Legislativa, por exemplo, maior da que tinha à época, permitindo que o Projeto de Capitalização, que é a privatização enrustida da CRT, desta vez, tenha passado na Assembléia, com uma maioria grande.

Da outra vez, a categoria, com a sua luta, e a sociedade conseguiram barrar aquele Projeto. Portanto, esta denúncia é oportuna e este momento é importante para os trabalhadores das telecomunicações e a sociedade de modo geral. Porque, na verdade, o que estamos assistindo é a um verdadeiro terrorismo – acredito que não é particularidade da CRT, acredito que estejam as demais empresas públicas e o funcionalismo público sofrendo situações muito semelhantes, porque são tratados como inimigos e culpados pelas mazelas das estatais, e, em alguns casos, mesmo provando o contrário, continuam sendo tratados como responsáveis pelas mazelas das estatais. Os verdadeiros responsáveis, aqueles grupos que governam a CRT e as empresas públicas há anos, entra governo e sai governo, fazem de conta que não têm, absolutamente, nada a ver com a situação e, especialmente, os menores empregados, os empregados, aqueles da ponta, são os que mais duramente sofrem as conseqüências dessa fúria. Eu queria concluir, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, dizendo que, como as tribunas e a palavra aceitam tudo, muitas vezes, os políticos de um modo geral são acusados de pregarem uma coisa e fazer outra.

Eu quero dizer que nós estamos já no 2o mandato de uma experiência de governo em Porto Alegre onde se demonstrou que sim, é possível governar colocando os interesses populares acima de qualquer coisa, sem precisar lançar mão de atos de terrorismo e de verdadeira pressão sobre os trabalhadores mas ao contrário disso, fazer políticas que façam com que os trabalhadores sejam sujeitos também da modificações, das melhorias e articulados dentro de um projeto de cidade melhor, sociedade melhor e estado melhor. Não é a primeira luta que fizemos neste sentido e não será a última. A categoria e a sociedade gaúcha, mais uma vez, saberá dar resposta à altura. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann em Comunicação de Líder.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meu caro Jurandir Leite, Presidente do SINTTEL, muito justa a indignação do Sindicato do Telefônicos e oportuna a presença nesta tribuna para denunciar aquilo que nós já tínhamos ouvido falar, mas que pela voz do Sindicato, assume um caráter oficial. Às vezes, a gente fica imaginando o que passa pela cabeça dos nossos governantes ao se comportarem da maneira como estão se comportando. Parece , aos mais ou menos desavisados, que somos todos um bando de idiotas, que não sabemos o que está acontecendo nas entrelinhas.

Mas o que se está a fazer com a CRT é o desmantelamento de um setor importantíssimo do serviço público. O próximos milênio, que está ali adiante, atrás da esquina, vai ser a época da comunicação, e o telefônico, como um dos integrantes desse complexo, tem um papel preponderante nessa história.

Estamos vendo nossos governantes se portarem como crianças que cansaram de um brinquedo. Estão jogando a comunicação nas mãos de projetos hegemônicos. Sabemos das conversas que andam por aí sobre quem teria interesse na CRT quando ela for privatizada, que é o caminho que  se está percorrendo. Eu, particularmente, tenho um apreço muito grande pelo Sindicato dos Telefônicos, porque a minha categoria dos radialistas teve as suas primeiras lutas engendradas na sede dos telefônicos, ali na Ge. Vitorino. Dali partiu a nossa primeira greve há 34 anos. Quando se fala em telefônicos – e vocês todos incluídos, os que já passaram, os que estão passando e os que ainda vão passar me merecem uma consideração muito especial, e podem ter certeza de que esta Casa, na medida de suas possibilidades, vai ter que enfrentar, porque a telefônica é parte do Município de Porto Alegre, é parte da sociedade desta Cidade, é parte da sociedade deste Estado que não pode ser relegada a plano secundário. E o que está acontecendo com a categoria é inominável. Os mínimos direitos garantidos pelas leis nacionais, convenções internacionais estão sendo desrespeitados. Onde que chegar essa gente que hoje governa este Estado, este País?

É uma pergunta que fica, porque a resposta é difícil de dar. Teríamos uma, mas essa é impossível, e temos que adotar o processo político da conversação, da negociação, da persuasão, do convencimento para dizer aos senhores quão errados eles estão. A nosso preocupação deve ser outra, é de como será recomposto este setor depois que ele for desmontado, ou em que mãos ele vai estar, a quem beneficiará e em detrimento de quem. São respostas que podemos imaginar quais sejam. Por enquanto, Presidente Jurandir Leite, esta Casa vai apoiar as reivindicações dos telefônicos e acredito que temos que elaborar um documento passado pelo Plenário e levado às autoridades para dizer da nossa posição. É o que podemos fazer. No mais, nos juntamos a esta luta que é de todos, não é só dos funcionários da telefônica, é de toda a sociedade Rio-Grandense porque o telefone não é de uma empresa, é da sociedade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Jocelin Azambuja, em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu digníssimo Presidente do SINTTEL, companheiro Jurandir, temos militado há muitos anos nessas caminhadas em defesa dos direitos básico que são os direitos trabalhistas e temos a satisfação de vir a esta tribuna em nome do Partido Trabalhista Brasileiro por delegação da nossa Bancada, falando em nome do Ver. Luiz Braz, Ver.  Paulo Brum e do Ver. Edi Morelli, que preside os trabalhos, dizer que foi justamente no Governo do PTB que se constituiu a CRT. Interessante que, a longo dos anos, vários movimentos sempre agiram contra a CRT, que se transformou num grande orgulho de todos nós , gaúchos, e um exemplo nacional. Com a redemocratização do país, os governos considerados democratas passaram a atuar contra a CRT, o que serve como uma grande interrogação para todos nós. E, esse processo contra a estrutura da CRT em favor do capital internacional, contra os interesses de nós todos gaúchos e da nossa economia sempre nos preocupam bastante. Vejo que os trabalhadores têm sido perseguidos ao longo dos tempos pelos mais diferentes governos. Aqui, mesmo, em Porto Alegre, os funcionários da EPATUR, se não enfartaram passaram por pouco, numa operação desmonte de 7, 8 anos de atingimento aos funcionários, de um governo, dito, democrático, e partidos que se dizem do lado daqueles que trabalham e produzem neste País.

Ficam, assim, questionamentos, de que lado, realmente, caminham os grupos políticos, se em defesa dos trabalhadores de fato, ou só em defesa dos trabalhadores quando não são poder. No momento em que são poder, esquecem-se dos compromissos. Isso faz com que todos nós reflitamos, já que todos os nossos partidos buscam o poder, lutam pelo poder, querem o poder, mas esquecem dos seus discursos. Hoje, o PTB está na Delegacia Regional do Trabalho, o companheiro Luiz Carlos Mello deve ter recebido, do Presidente Jurandir Leite, essa correspondência e, tenho certeza de que vamos procurar dar toda sustentação para que a legislação seja cumprida. Essa é a determinação que o nosso companheiro que dirige a DRT tem do partido. Essas reflexões que faço da tribuna são para que todos nós analisemos com profundidade aquilo que está acontecendo. Tenho certeza de que cada um tem um pouco de responsabilidade com tudo isso, e ninguém pode se eximir dessas culpas. Agora, através dessa espiação interior, que todos nós devemos fazer, deve-se procurar preservar os interesses  maiores do nosso Estado e a luta de todos aqueles que trabalham e produzem. Nós, que defendemos, politicamente, correntes ideológicas diferenciadas, devemos, mais do que nunca, nos questionar quando chegarmos ao poder: o que o poder representa para nós, o que representam os nossos partido políticos, o que estamos fazendo, enquanto partido, quando estamos com o poder da decisão na mão, quando temos a possibilidade de concretizar tudo o que idealizamos em termos de filosofias políticas, em termos de ideologias que pregamos? É necessário que se faça essa profunda reflexão e que, logicamente, nos coloquemos em defesa daquilo em que acreditamos ser fundamental: a valorização do trabalho, o respeito ao trabalho, e, em especial, a preservação dessa empresa, que é fundamental para todos nós.

Em nome do PTB, faço essa reflexão e deixo para que os companheiros de todos os partidos façam nos seus partidos as suas reflexões a respeito de estarmos, cada um de nós, nos conduzindo da maneira que deveríamos nos conduzir e se o que está aí não é simplesmente um reflexo de todos os nossos erros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com a palavra, em Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; companheiro e amigo Jurandir; companheiros dirigentes do SINTTEL, aposentados, aposentadas.

O PC do B não poderia deixar de vir aqui trazer a sua solidariedade, o seu apoio às reivindicações, à luta dos companheiros da CRT. Há poucos dias me manifestava sobre a grande pirotecnia, estardalhaço, que o Governo Estadual fazia em termos de grande planos para o emprego, para o combate ao desemprego. E dizia que isso era uma grande hipocrisia, pois, enquanto se falava em “plano para emprego” no Rio Grande do Sul, esse mesmo Governo adotava uma política consciente, dirigida, de desempregar milhares de funcionários públicos estaduais; seja no caso trazido pelo SINTTEL, seja no caso de trabalhadores não aposentados, também. Este mesmo governo que fala em “política de emprego” é responsável duas vezes pelo grande desemprego que hoje grassa neste País. Por um lado porque apoia e sustenta o governo anti-social, antinacional e antipopular de FHC e é o que vem causando o maior desemprego que temos conhecimento em nossa história. Em segundo lugar, porque aqui mesmo adota uma política consciente de desemprego! Tomou 150 milhões de dólares de empréstimo e irá colocar mais 150 milhões. Para quê? Para gerar empregos? Não. Para demitir. E, hoje, falava eu  o outro dia, o desemprego é apresentado como ascensão social.... A mídia, a televisão, o jornal diz em “Não, agora você vai perder o emprego e vai deixar de ser um assalariado. Vai trabalhar por conta própria. Vai ter ascensão social”. Não lembram que a pequena, a média empresas estão quebrando, o agricultor está quebrando e até grandes empresas, hoje, sofrem a concorrência desleal do “dólar igual ao do real” – isso só existe aqui em Porto Alegre e no Brasil, pois lá fora ninguém aceita para comprar picolé...

Então, esta política é, também, a expressão dessa concepção neoliberal que coloca o trabalhador como o culpado da crise. Só esquecem duas coisinhas: uma – como o recente orçamento acaba de mostrar – no Brasil para uma despesa de 313 bilhões de dólares, 167 bilhões serão para pagar os juros e o principal da dívida externa e da dívida interna. Mais de 50%, portanto. Os trabalhadores não são os culpados da inflação, não são os culpados do déficit, não são os culpados da falta de dinheiro para investimento. Quase 60% do dinheiro público é hoje usado para “engordar” os banqueiros nacionais e internacionais. E, outra, aqui no Estado, para cada real arrecadado, um real é sonegado. Aí estão as causas da crise do Estado, e não os aposentados da CRT, não os funcionários públicos do Estado...

Por fim, como já foi dito por outros, esse ataque aos direitos dos aposentados, dos trabalhadores, funcionários públicos do Estado, caminha no rumo de segundo eles, deixar mais rentável, mais enxuta a máquina administrativa. Isso para facilitar a privatização que é o seu grande objetivo, através da deterioração dos serviços através da sobrecarga de trabalho para os que ficam.

E, nesse sentido, vemos que 25 bilhões de dólares são jogados nos bancos privados, quebrados por falcatruas. Nesse caso, há dinheiro.... Enquanto isso, as empresas estatais lucrativas, como a CRT – que será ainda mais lucrativa, porque vem investindo para poder dar um grande salta na tecnologia mais moderna da telefonia -, como a Vale do Rio Doce – que agora descobriu ouro -, como o Meridional, são entregues “a preço de banana” para os grandes grupos econômicos!

Além de trazer a solidariedade do Partido Comunista do Brasil a vocês, queremos deixar um convite, até supérfluo, para hoje às 17h estarmos todos juntos na Praça da Alfândega, no grande ato em defesa do Meridional, porque a luta da CRT, do Meridional, da Vale, da PETROBRÁS é uma só. É a luta da defesa do patrimônio público, da defesa da soberania da nossa pátria! Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos colocar ao Sr. Jurandir Leite, Presidente da entidade, aos Senhores e Senhoras presentes que, nesta Casa, foi constituída uma Comissão Especial que debate o assunto desemprego no nosso Município, no Estado e em geral. Na próxima quarta-feira, às 9h30min, haverá mais uma sessão neste plenário, e nós solicitamos permissão à Presidente desta Comissão, Vera. Maria do Rosário, que tem o  Ver. Milton Zuanazzi como relator e este Vereador como integrante, para  convidar representantes da entidade, que poderão nos municiar com mais riqueza de informações e de detalhes, para que possamos, em torno da Comissão que representa esta Casa, debater o assunto CRT.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Apenas um informação, Sr. Presidente, até porque constou em diversos pronunciamentos, eu não queria que a direção do SINTTEL saísse da Casa sem a informação de que já encaminhamos a Moção de Repúdio às demissões e, em breve, chegará ao Plenário para apreciação.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós reiteramos o convite, para que se façam presentes.

Suspendemos os trabalhos da presente Sessão, para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h49min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 14h53min): Reabrimos os trabalhos da presente Sessão.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Sr. Presidente, considerando que dia 8 tive meu projeto, que altera o art. 50, da Lei Orgânica, onde introduz o Orçamento Participativo na Câmara, retirado de Pauta porque faltavam assinaturas de Vereadores; segundo, que o Presidente que dirigia os trabalhos, Ver. Mário Fraga, anunciou que tão logo fosse sanado esse defeito, o Projeto retomaria do ponto onde ele havia sido suspenso e foi feito na mesma tarde, coletadas as assinaturas; terceiro, considerando que o Ver. Reginaldo Pujol encaminhou um recurso oral da decisão do Presidente, não votado no Plenário; quarto, que tal encaminhamento feito dessa forma é nulo, porque contraria os artigos 99 e 94, §3º, alínea “j”, do Regimento e, considerando que o problema já foi sanado, as assinaturas já estão colocadas no processo, eu requeiro que V. Exa. faça, imediatamente, o Projeto voltar à tramitação normal desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós recebemos o Requerimento e, tendo em vista a complexidade dos argumentos arrolados por V. Exa., solicitamos que V. Exa. o formalize por escrito. É uma solicitação da Mesa Diretora.

O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu poderei ser acusado de muitas coisas, menos de ser um Vereador atento, presente no Plenário, que ouve as conversas que aqui acontecem. Tenho tido, ao longo do tempo, algumas dúvidas e vou querer que a Mesa mas esclareça. Falamos que temos um código de ética para ser discutido e votado. Vou fazer um Pedido de Informações à Mesa que espero seja respondido rapidamente, para que a transparência, nesta Casa, seja uma realidade. Sou um Vereador considerado, às vezes, meio maluco. Um dia, apresentei um Projeto de lei diminuindo o número de assessores por Vereador. Perdi por 32 a 1 – na minha Bancada, eu tinha quatro Vereadores. Os diz-que-diz-que são tantos que, agora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está havendo uma necessidade urgente e extrema de que o esclarecimento se faça presente, até porque, numa votação de 18 a zero, as insinuações não foram poucas. Estou formulando, no meu gabinete, um Pedido de Informações, querendo saber quantos Cargos em Comissão existem, quantos são os assessores de gabinete – assessor 1, 2, 3, 5, não sei os nomes, não sou muito ligado nesse negócio – e quantos estão lotados nos gabinetes. Porque há uma química que não entendo: de 88 a 92, o Líder de Bancada tinha direito a cinco assessores; um Vice-Líder tinha direito a quatro. De repente, desapareceram os cargos que estavam à disposição dos Vice-Líderes. E não foi como aquele caso – eu reclamei na época – em que o Prefeito extinguiu cargos que não estavam ocupados. Nesse caso, os cargos estão ocupados. Quero os nomes, os gabinetes em que estão lotados, os vencimentos que têm. Não acho que seja correto que um Vereador tenha três assessores: um responsável pelo seu gabinete – o supervisor – e outros cargos cujos nomes, honestamente, desconheço, e outros tenham 5, 6, 8 e 10 auxiliares. Quero, Sr. Presidente, com a clareza que a Mesa tem demonstrado, que essa relação seja colocada aqui em 48 ou 72 h.

Claro está, Sr. Presidente, que V. Exa. pode alegar que estou fazendo pedido verbal, que não formalizei por escrito. Vou formalizar, e quero saber quem tem mais, quem tem menos. Porque não posso admitir que por 18 a zero vença uma posição e ainda se queira fazer renovação de votação. E a insinuação é que é o problema de cargos.

Então, vamos colocar as coisas em dia. Realmente, de 92 para cá alguns cargos flutuaram pelo espaço, não sei onde estão. Sei fazer contas, mas deixei, porque se eu queria reduzir, por que aumentar?

Mas, agora, Sr. Presidente, é um problema de eu me sentir tranqüilo e contente comigo mesmo, sabendo que todos os Vereadores que não são líderes têm três assessores em seus gabinetes. É os que são líderes têm 5, mas que ninguém terá mais do que 5 e que nenhum Vereador que não tenha liderança terá mais do que três. Não entendo que haja Vereadores melhores do que outros, que haja loteamento de vantagens dos quais alguns não participem. Não quero participar de nenhum vantagem. Se me for permitido, até reduzo o número de assessores por Vereador. Mas, e claro, já perdi de 32 a 1, e devo perder de novo de 32 a 1.

O Ver. Pedro Américo é uma pessoa sensata e correta. Perdi na outra bancada, que tinha de quatro Vereadores, de 32 a 1. Acho que pela sua lealdade, não só pelo nome, o Ver. Pedro Américo Leal, na sua própria pessoa, era capaz de me acompanhar, sem dúvida nenhuma. Acho que agora é chegado o momento de um esclarecimento perfeito, que esta Casa possa expressar para o público porto-alegrense que não temos em discussão um Código de Ética apenas, nós temos ética mesmo. Isto quero saber em 48, ou 72 horas. É claro, Sr. Presidente, que estou dando desconto, porque estou formulando um requerimento verbal.

Dada a complexidade, vou eximir a Mesa de qualquer responsabilidade. Vou fazer por escrito, detalhado. E espero que a resposta seja urgente.

Sou grato, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, porque a ética e a ótica também de vez em quando se conjugam. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita  a V. Exa. que formule por escrito o seu Requerimento tendo em vista que não é a primeira vez que V. Exa. solicita informações sobre cargos. A Mesa terá o máximo prazer em responder a V. Exa. assim coo a qualquer outro Vereador que o solicitar, face ao princípio da legalidade e da transferência que os fatos políticos e jurídicos exigem.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Quero-me colocar ao lado do Ver. João Dib. Não acredito que colegas ludibriem seus próprios colegas. Eu nunca calculei que isso pudesse ser verdade, mas se é, acho que é muito grave. Por que estamos votando um Código de Ética e se a ética é rasgada na Constituição dos próprios gabinetes?

 

O SR. PRESIDENTE: Ficou registrado, embora não tenha sido nem Requerimento nem Questão de Ordem. A Mesa não poderia agir assim pelo princípio da eqüidade e da isonomia de todos os Vereadores e tem sido rigorosa em relação aos requerimentos e às Questões de Ordem.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Fiz um requerimento e V. Exa. me deu o direito de aditar ao requerimento do Ver. João Dib. Sr. Presidente, vou perceber os requerimentos agora, e, fulminantemente, virei em cima do requerimento que o Vereador fez.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, na quarta-feira da semana passada, por escrito e protocolado na Casa, apresentei um Requerimento para que nós suspendêssemos a Sessão de hoje para que a Câmara, por uma decisão da Casa, comparecesse no ato em defesa do Meridional às 16 horas. Não conseguimos chegar a votar o Requerimento na Ordem do Dia da quarta-feira e da sexta-feira. Em face disso, consulto V. Exa. para vermos de que forma poderemos votar esse Requerimento, para que a Casa esteja como um todo, numa decisão ativa, no ato, defendendo o Banco Meridional.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a V. Exa. que agora, no almoço, em conversação com um dos coordenadores desse movimento, esta Presidência foi informada de que o ato começaria às 16 horas e foi solicitada a presença de todos os Vereadores.

O pedido de V. Exa., para encaminhar esse assunto, teria que ser um requerimento de interrupção ou de suspensão da Sessão.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Então, faço oralmente esse Requerimento.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): De acordo com o art.143, a Sessão poderá ser suspensa por deliberação do Plenário.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Então, Sr. Presidente, registro este Requerimento de que nós votemos neste momento a possibilidade de interrupção da Sessão às 15h30min, para que possamos nos deslocar até o ato que é unitário, que reúne as principais Lideranças do nosso Estado e da nossa Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa coloca em votação o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa. (Pausa.)

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Para um esclarecimento: para suspender ou interromper a Sessão? Eu acho que seria suspender a Sessão porque, se interrompe, tem que retornar depois.

 

O SR. PRESIDENTE: O mais correto, achamos que seria a suspensão. A Mesa apelaria aos Srs. Vereadores, para que fossem concisos nas suas intervenções, para que pudéssemos votar rapidamente.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o adágio popular diz que a pressa é inimiga da perfeição. Em verdade, o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa não é um mero requerimento sobre o qual a Casa tenha que se posicionar. Ele envolve, na sua singeleza, uma manifestação da Casa no sentido afirmativo, a medida em que deliberando pela suspensão, pelo levantamento dos trabalhos, fato não comum nesta Casa, nós estamos, obviamente, demonstrando amplamente à Cidade, ao Estado e ao País que o engajamento da Casa na luta pela não-privatização do Banco Meridional, engajamento esse que se deu através de alentados trabalhos, desenvolvido por Comissão Especial, que por longo tempo funcionou neste Legislativo, é uma postura clara, definida, madura e refletida.

É evidente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que num assunto como este que consegue, sob um determinado aspecto, obter a unanimidade da Casa, não há que se pretender, porque isso seria um exagero, que os motivos e as motivações que determinassem a todos aqueles estarem posicionados de forma uniforme fossem idênticos. Aqui se aplicaria mais que nunca a postura do poeta que diz que nem todos os caminhos são para todos os caminhantes.

Eu tenho declarado de forma muito categórica nesta tribuna que por formação política eu entendo que sempre que for possível se encaminhar o fortalecimento da livre empresa, das entidades privadas que assumam determinados segmentos da economia do País, é bom. Inobstante, Sr. Presidente, eu não tenho o direito e nem poderia, perante os meus eleitores, perante aqueles que acreditam na sinceridade das minhas posições, ser ingênuo neste momento. Observa-se no contexto político nacional uma confusão muito profunda e até sob determinados aspectos indesejável nos rumos da privatização da economia brasileira. Não me parece e nesse particular eu tenho confissões públicas, que no atual momento em que se suspeita com grande profundidade de que as empresas que dirige os maiores conglomerados financeiros deste País tenham, na prática, demonstrado a sua inaptidão para desenvolver com eficiência necessária esses negócios, me parece absolutamente incoerente que nesta hora se busque privatizar um estabelecimento sediado no Rio Grande do Sul, dirigido por gaúchos e que apresentou nessa barafunda que é o sistema financeiro brasileiro, resultado positivo nos seus últimos semestres administrativos.

Por isso, Sr. Presidente, voto pela suspensão dos trabalhos porque entendo que, ao suspender os trabalhos, a Câmara está ampla e claramente dizendo que está solidária com aqueles que não querem a privatização do Meridional e que, ao estar solidária, o faz por razões mais diversificadas, pelo fundamento mais diferente, que só se une no que diz respeito com os seus objetivos. Certamente, os discursos que ocorrerão lá não serão aqueles que eu haveria de proferir.

Como eu não serei orador nessa oportunidade, estou aqui na Tribuna, que o povo me conferiu, antecipando para os Anais da Casa e para aqueles que quiserem desse fato tomar conhecimento, as razões, os motivos que me levam, nesse dia e nessa hora, dizer que a Casa faz bem de levantar os trabalhos nesse momento e ensejar uma representação efetiva deste Legislativo possa se fazer presente no ato que se realiza na frente do edifício Sede do Banco Meridional em defesa da sua não privatização, como foi decidido anteriormente quando na constituição da Comissão Especial que nesta Casa funcionou e que, de forma clara, objetiva, inclusive se deslocou na figura do Presidente Guilherme Barbosa e do Vice-Presidente Pedro Américo Leal até a Capital Federal para demonstrar que a Luta em defesa do Meridional não podia ser apenas um discurso político, tinha que ser um ato concreto, positivo, conseqüente como nós, da Câmara Municipal tentamos fazer. Se isso não lograr êxito, se o discurso foi diferente daquele que nós pretendíamos, não nos cabe culpa, Ver. Pedro Américo Leal. O que nos cabe é estarmos presente, não omissos, porque não é da tradição do Rio Grande se omitir de atos como esse. Nós, liberais, adeptos da privatização, declaramos, em alto em bom som, que privatização não é isso que se pretende fazer com o Banco Meridional. O mercado, a privatização e a livre iniciativa não pode ser endeusada de tal maneira que, em qualquer circunstância, seja o remédio recomendado. Na minha opinião, a privatização do Banco Meridional, na atual conjuntura não é a melhor solução. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com a palavra, para encaminhar o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou encaminhar favorável à suspensão dos trabalhos; só que solicito que, ao invés das 15h e 30min, saímos às 15h45min, já que o ato está previsto para 17h. E assim, tentemos fazer algo, pois, em seguida a esta votação, pediremos a inversão dos trabalhos, iniciando pela Ordem do Dia e, dentro deste período, sejam iniciados os trabalhos pelo requerimentos e, em especial, pelo Requerimento do Ver. Nereu D’ Ávila do dia 10 de abril de 1996, através do qual ele solicita Renovação de Votação do Processo nº 631/96 com Parecer nº 56/96. Como disse o nobre Ver. João Dib: esse parecer foi vitorioso, nesta Casa, por 18 votos a zero e, até hoje, não é cumprido sob a alegação de que existe um Pedido de Renovação. Esse Pedido de Renovação de Votação acaba sendo protelado. Já na sexta-feira não foi votado. Hoje tentaríamos votar. Se não houver uma votação imediata, o prejuízo é da Bancada do PC do B e da democracia desta Casa. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece aos Srs. Vereadores que há sobre a mesa o Requerimento formulado pelo Ver. Guilherme Barbosa, o qual, neste momento, é objeto de encaminhamentos.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Qual foi o Requerimento que o Ver. Raul Carrion encaminhou da tribuna?

 

O SR. PRESIDENTE: Entendemos que o Ver. Raul Carrion não encaminhou um Requerimento, mas sim encaminhou o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa que submete à deliberação, através do Requerimento, o pedido de suspensão dos trabalhos desta Casa, às 15h30min, tendo em vista a realização do Ato contra a privatização do Banco Meridional, que terá início às 16h lá na Prefeitura Municipal.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Agradeço a V. Exa. E digo mais, se for suspender a Sessão irei a um oftalmo, porque ouvi o Ver. Raul Carrion falar: “Requerimento de votação dezoito votos a zero” ou coisa parecida, quer dizer, estou ouvindo mal.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra, para encaminhar o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, evidentemente que a questão do Banco Meridional envolve e tem envolvido, ao longo do tempo, esta Casa, no momento em que nós Vereadores nomeamos, encampamos, uma Comissão Especial para tratar, especificamente, da privatização ou não do Banco Meridional, particularmente sou contra a privatização e entendo que este é o sentimento da maioria desta Casa Legislativa, mas temos que pensar que o Banco Meridional afeta também a Cidade de Porto Alegre, mas é uma questão Federal, Nacional, Estadual, Municipal, Ver. João Dib, mas não podemos de forma alguma suspendermos uma Sessão Legislativa desta Casa, e tenho certeza de que um bom número de Vereadores não irão lá, vão cuidar de outras coisas, o próprio Ver. Edi Morelli já disse que vai no oftalmo. Eu não irei, no Ato o Ver. Luiz Braz não vai, portanto, temos que ficar aqui, na Casa cuidando das coisas da Cidade de Porto Alegre. Aí, sim, uma Comissão, muito bem presidida pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Pedro Américo Leal vá lá e represente a Casa, e esta, sim, exerça a força política que esta Casa tem. Vereador-Presidente, Isaac Ainhorn, não podemos descuidar das coisas do Município de Porto Alegre, existe uma Ordem do Dia, existem coisas que devemos, sem dúvida alguma, discutir e analisar muito claramente, e não interromper uma Sessão às 15h 30 min para um Ato no qual eu e os 32 Vereadores fomos convocados a comparecer às 17h. Eu estava agendado para as 5h da tarde e estão querendo interromper uma Sessão às 15h 30min, como se, aqui, nada tivéssemos a trabalhar, discutir. Interrompendo esta Sessão, meia dúzia, ou  enfim, uma grande maioria vai ao Ato, e bom número de Vereadores vai ficar na Câmara em seus gabinetes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, para encaminhar o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estivemos em Cachoeira do Sul, neste último final de semana, onde com companheiros do PT, PMDB, PS do B, PFL, participamos de um Seminário de Formação Política para os próximos candidatos a Vereador. E uma das questões que levantava, foi, exatamente, em relação à tradição do paternalismo que caracteriza a política brasileira, que se reflete na política em nível do populismo, e que traduz, na verdade, o autoritarismo que se desenvolveu desde a descoberta deste País, nestes 496 anos de ocupação deste território. O episódio do Meridional faz-me lembrar muito esta questão, quando foi a época de negociar-se a salvação de um banco do Rio Grande do Sul, que afetaria profundamente a economia do Rio Grande do Sul – era aquela do Sulbrasileiro – toda uma mobilização foi feita e uma série de compromissos foram firmados. Um dos quais era: saneado, ele voltaria à iniciativa privada. Não é função do Estado atuar na atividade financeira, a não  ser que seja, exatamente, para atuar na perspectiva de equilíbrio e desenvolvimento regional. Se for esta perspectiva, temos o Banrisul, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, BNDS, BRDE, o suficiente para que não se precise transformar em cavalo de Tróia o episódio do Banco Meridional. Esta é a minha posição pessoal e tem sido esta a minha posição pessoal. Os companheiros do PSDB, recentemente, com a Liderança da Deputada Yeda Crusius, entenderam diferentemente, entenderam que deveriam se somar à luta pela manutenção, enquanto Banco público, do Meridional. Por disciplina partidária, eu acato esta decisão, inclusive assinei o documento que me foi entregue pelo Ver. Guilherme Barbosa. Agora, acho um absurdo que nós suspendamos os trabalhos uma hora e meia antes de um Ato para não sei quantos Vereadores dessa Casa virem a se manifestar ou aparecerem no Ato, para nenhum resultado prático, de fato, porque, certo ou errado, agora, na reunião que se teve com o Ministro do Planejamento, o Ministro Serra, na FIERGS, foi uma vez mais repetido, em alto e bom som, que a privatização do Meridional será realizada, porque faz parte de um projeto desenvolvido, acordado, votado e aceito por todas as partes, na ocasião. E não há motivo, a não ser, talvez, dentro de um imaginário de política que eventualmente tem importância, quebrar o que foi acertado e que consta de uma Lei, que não é do Presidente Fernando Henrique, que não é do PSDB, que não é de ninguém que está no poder neste momento, mas é, inclusive, de quem hoje tem posição contrária, dentre outros, aqueles que comandam o processo contrário à privatização, que, na época, assinaram o compromisso e que hoje, parece que esquecem a assinatura posta no papel e oportunisticamente discutem, não a sério, os porquês e os motivos de uma eventual manutenção do Meridional.

Eu dizia outro dia, tragam-me motivos concretos e até a gente pode discutir o assunto. As pesquisas que foram feitas na rua, que o Sindicato dos Bancários preferiu não tomar conhecimento, porque não eram tão favoráveis, assim, à manutenção do Sindicato e que foram esquecidas pelo Sindicato dos Bancários, porque não indicavam o resultado que eles queriam. E eu dizia isso ao Ver. Guilherme Barbosa, no ano passado. Essas pesquisas não mudaram o discurso único que estas Lideranças fizeram e que não comoveram e que não demoveram as autoridades responsáveis.

Quero lembrar que, naquele Ato, público, feito ao lado do Palácio Piratini, para juntar contribuições populares para salvar o Meridional, ou numa tentativa de humilhar o Governo Britto, entregar o dinheiro ao Governador para construir ou recuperar a 386. Deu a bagatela de 54 ou 57 reais. Isso traduz claramente o que é que a sociedade do Rio Grande do Sul pensa dessa situação. Esses são dados. O resto é discurso, e discurso oportunista. Nesse sentido, encaminho absolutamente contrário à suspensão dos trabalhos. Temos coisas sérias a resolver nesta Casa: a situação da bancada do PC do B e da bancada do PT, porque ela também está envolvida nessa situação, porque a decisão de uma prejudica o outro e vice-versa. Temos a questão do pedido do Ver. Clovis Ilgenfritz em relação ao Processo de sua autoria, do Orçamento Participativo. Temos o Código de Ética Parlamentar desta Casa. Essas coisas dizem respeito a nós, neste momento, em Porto Alegre. O resto está um pouquinho além da nossa chinela, e quem quiser ir que vá, tem o seu direito e deve participar. Mas não me parece que institucionalmente isso justifique a suspensão dos trabalhos nesta Casa uma hora e meia antes. Isso me cheira à gazeta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Edi Morelli está com a palavra, para encaminhar o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu não falaria em gazeta porque os Vereadores que quiserem ir ao ato vão sem problema nenhum, mesmo porque não perdem nada. Só vão deixar de dar continuidade a um trabalho que traz mudanças à Lei Orgânica do Município, o Projeto do Ver. João Verle, que é o Código de Ética, muito importante, e outros projetos importantes.

Os comerciais que estão sendo vinculados na imprensa convocam para as 17 horas. Essa é uma questão. A outra questão: o problema do Meridional é um problema da esfera federal. Claro, que nós, Vereadores desta Casa, nós que representamos a população de Porto Alegre não podemos ficar alheio à contingência do caso. Falando com o Ver. Luiz Braz, com o Ver. Paulo Brum, da minha Bancada, somos contra o Requerimento, porque o nosso trabalho não pode ser interrompido. Aqueles que acharem que lá é mais importante do que aqui, que vão. Ninguém está impedindo ninguém de ir ao ato. Agora, suspender os trabalhos, neste momento, para um ato que está sendo anunciado, que está sendo convidada a população para às 17 horas, que possivelmente irá acontecer após às 17 horas e nós encerrarmos os trabalhos, aqui, quando são 15h 30 min, eu acho que vai servir para que a imprensa critique o trabalho dos Vereadores nesta Casa. Eu acho e até entendo o Ver. Guilherme Barbosa, a sua intenção, mas colocando as questões que estão sendo colocadas, acho que se nós aprovarmos este seu Requerimento, é um gol contra. Claro que ninguém está insensível ao problema. Repito, a Bancada do PTB não está insensível ao problema do Meridional, mas também a Bancada do PTB nesta Casa e não falo em nome do Ver. Jocelin Azambuja, porque não está presente é contrária ao Requerimento de V. Exa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Pedro Américo Leal, para encaminhar o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não discuto as posições que aqui tomaram os meus colegas porque esta descida da Câmara Municipal ao Paço da Prefeitura é a derradeira demonstração de protesto pela ironia, pela forma sarcástica, pela indiferença, pela zombaria com que o Governo Federal tratou este caso do Meridional, rima e é verdade. É triste ver a insensibilidade levada ao extremo, garganta a baixo. Nada adiantou e o Meridional vai ser privatizado. Nós sabemos, mas esta é a última demonstração que a Câmara Municipal poderá fazer de protesto, de posição contrária a esta privatização. O que mais poderá a Câmara fazer? Ficar silenciosa, perder esta oportunidade? É apenas uma atitude, um gesto, mas quantas atitudes e gestos ficaram materializados através do tempo em vários momentos históricos? O sistema financeiro está falido neste País de falcatruas.

O Governador Mário Covas cogita da intervenção federal no BANESPA, o governador de Alagoas também cogita da intervenção federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grasso do Norte, todos e no Rio Grande do Sul a única casa bancaria que é modelo, pequeno é verdade, em confronto com esses tubarões do sistema financeiro, BANESPA, NACIONAL, ECONÔMICO, BANERJ, mas, na verdade, é um exemplo de constância, de dignidade de atitudes. Enquanto Leônidas Ribas dirigiu este Banco com fidalguia, com maestria, habilidade e, no entanto, vai ser privatizado. O que pode fazer a Câmara Municipal? Nada, absolutamente nada, mas, pelo menos, interromper a Sessão para que os Vereadores se desloquem para o Paço Municipal em atitude de protesto, a última página desta derrocada, desta verdadeira surra, zombaria que o Governo Federal nos impôs. Até lembra Tiradentes e a “Derrama”. E o que é feito do Nacional? 4 bilhões e meio. O que é feito do Econômico? 3 bilhões e meio. O que é feito do BANESPA? 16 bilhões. Do BANERJ? Não se tem notícias. 30 bilhões de reais perdidos por aí, e o nosso Meridional – exemplo de administração honesta, proveitosa, em benefício da sociedade – vai ser privatizado. Eu, por exemplo, que fui, sem dormir, vejam os senhores, sem dormir, em Brasília, sem dormir, no Rio de Janeiro, fui de manhã e voltei de noite, em nome dos senhores. Em nome dos senhores eu fui. Não me é fácil realizar uma façanha dessas, mas fiz. Discuti com o Procurador-Geral, discuti com os senadores, com deputados. Trouxe um arrazoado de assinaturas, trouxe também, e repeti aqui, até fico encabulado, a posição do Procurador-Geral, que era favorável, que, de repente, deixou de ser favorável através de influências do BNDS. Silêncio absoluto! O que podemos fazer? Interromper a Sessão em sinal de protesto. A Cidade de Porto Alegre que perde a sede do Banco Meridional.

Vai ficar para estrangeiros, para franceses. Onde é que se viu o sistema financeiro cuidar dos interesses nacionais? Ele cuida dos interesses internacionais nessa globalização da economia, em que não existem mais limites.

 

O SR. PRESIDENTE: Encerra-se o seu tempo, Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Muito me desvanece, porque estou falando como um coronel, mais do que como um Vereador. É o momento de tomarmos uma atitude. Vamos interromper a Sessão, quer queiram quer não. Quem não quer, bota a viola no saco! Muito obrigado.

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra, para encaminhar o Requerimento de sua autoria.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Foi muito bem o Ver. Antônio Hohlfeldt quando discutiu o mérito da privatização do Banco, mas foi muito mal o Ver. Antônio Hohlfeldt quando disse que a proposta parecia uma proposta de gazeteiro. Posso dizer que talvez seja, desta Casa, um dos Vereadores mais assíduos; não posso dizer o mesmo do Ver. Antonio Hohlfeldt. É preciso discutirmos o fato em si. Não é possível argumentarmos que a questão da privatização do Meridional é assunto federal e que, portanto, não interessa aos Vereadores de Porto Alegre. Neste dia, ao abrirmos esta Sessão Plenária, tivemos uma Tribuna Popular das mais qualificadas, discutindo uma questão de uma empresa estatal estadual, e várias bancadas discursaram criticando o Governo Estadual em face de sua política de demissão. Mas não é uma empresa estadual? Debruçamo-nos durante meia hora sobre esse tema. Isso é uma miopia política. Quem não percebe que a venda do Banco Meridional, que as demissões na CRT, as demissões na Caixa Estadual, as demissões na CEEE, a venda da Vale do Rio Doce, tudo isso está ligado, é uma política que demite os trabalhadores no Brasil – sim, diminuiu a taxa inflacionaria, mas tem trazido um violento desemprego no País?

Portanto, essa política também em Porto Alegre. Quem não enxergar isso está com miopia política. Portanto, a minha proposta é positiva. Poderíamos, sim, retirar o quorum, e cada um de nós ir à praça defender a manutenção do Banco Meridional estatal, mas a minha proposta pretende que esta Casa faça uma decisão pelo lado positivo; que o Parlamento de Porto Alegre se posicione como um todo contra a privatização deste Banco, como assim já o fez. O fato com o qual eu também concordo, de que é praticamente irreversível a privatização do Banco, não muda a nossa posição. Nós, até o fim do jogo, até os noventa minutos do segundo tempo, nós vamos dizer não, somos contra a privatização do Banco Meridional. Portanto, a proposta de suspensão dos trabalhos não vai envergonhar esta Casa perante os olhos da população de Porto Alegre, ao contrário, eu tenho certeza de que a suspensão desta sessão será um ato positivo, pois nós vamos lá na praça e não é “matação” de trabalho como alguns fazem, muitas vezes, porque vai ser um local diferente de trabalho dos Vereadores de Porto Alegre. Nós vamos lá dizer não. Nós somos contra a privatização de um banco que dá lucro, que investe no Estado e que é o pior momento para privatizar. Mesmo aqueles que são a favor da privatização do Banco Meridional sabem que este é o pior momento de privatizá-lo e sabem que a forma não pode ser aceita, porque noventa por cento do preço do Banco, que é questionável, será feita em papel. Apenas dez por cento será em dinheiro. Então, mesmo aquele que defende a privatização do Banco não poderia aceitar a forma nem o momento. Por tudo isso, Senhores Vereadores, esta Casa deve manter a sua coerência e deve votar a suspensão da sessão e irmos todos à Praça XV lutar, mesmo sabendo que é difícil no momento, contra a sua privatização. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa pela Bancada do PDT, o Ver. Mário Fraga.

 

O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós do PDT somo a favor, sim, de todos irmos no ato público assim como somos favoráveis ao encerramento da sessão às 15h30min. Para não fazer injustiça para três ou quatro Vereadores, quando é necessário nós saímos daqui, correndo pela porta terminar a sessão mais cedo, retirando o quorum. O Ver. Raul Carrion, agora, com mandato definitivo, e que é novo na Casa, já viu que acontece isso aqui. Hoje, com um ato importante como este, que é o movimento contra a privatização do Meridional, nós estamos fazendo toda esta história por causa de trinta ou quarenta e cinco minutos. Ninguém vai sair daqui às 15h30min, entrar no carro e ir para o ato público, vai Ter que passar no gabinete, falar com a assessoria, porque é um caso raro. Nós nunca antes das 18h30min ou 19h nas segundas-feiras. Então hoje nós temos todo o direito de ir ao ato do Meridional; o PDT acha isso muito normal. Com certeza não irão todos os Vereadores do PDT, porque alguns têm outros compromissos, mas a maioria vai se fazer presente. Nós do PDT encaminhamos, juntamente com o Ver. Guilherme Barbosa e aí entra o nosso companheiro maior, Leonel Brizola, quando diz que nessas ações nós devemos estar juntos. E é isso que o PDT da Casa reconhece. Nessa nós estamos juntos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O PRESIDENTE: A Mesa consulta o autor requerente, considerado que ele solicita 15h30min, e o Requerimento começou a ser encaminhado às 15h07min. Tão logo seja aprovado ou rejeitado o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa, nós suspenderemos a Sessão.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, acho que tem que ser feita a correção do horário no Requerimento. Ele não pode ser votado, porque são 15h48min. Quero fazer um esclarecimento que talvez o Ver. Mário Fraga não saiba. A gravação que foi feita pelo radialista Sérgio Zambiazi não tem nada a ver com a nossa sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa acata a sugestão do Ver. Edi Morelli e solicita ao Vereador que, se assim entender, faça a retificação do Requerimento, para que o mesmo seja colocado em votação.

 

O SR. MÁRIO FRAGA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu discordo de V. Exa., mas o ponto da Questão de Ordem é a hora em que começou o processo. V. Exa. Sabe muito bem o que está em julgamento é a hora que começou o processo e o processo começou muito antes das 15h30min. O tempo que vai demorar para ser julgado não importa.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): É apenas uma questão formal e coloca em votação o Requerimento para a suspensão dos trabalhos às 15h30min.

 

O SR. WILTON ARAÚJO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu estava junto à Mesa buscando informações junto ao 1o Secretário, dado à interrupção que o Sr. Presidente fez a essa alocução, face à Questão de Ordem. O fato de ser aprovado o Requerimento, e a Sessão não Ter chegado ainda na Ordem do Dia, sua suspensão e, evidentemente, o seu final, vai acontecer, porque não acredito, de fato, que retornaremos, vamos exaurir de fato a Sessão. Eu gostaria de saber, dado que é regimental, se considerarmos a Sessão, a partir da Ordem do Dia, de que forma então nós vamos considerar, por exemplo, a presença dos Srs. Vereadores?

 

O SR. PRESIDENTE: Informamos a V. Exa. Que colocaremos imediatamente, em votação o Requerimento para a suspensão da Sessão, esclarecendo aos Srs. Vereadores que nós retomaremos a nossa atividade normal tão logo resolvamos pelo menos formalmente, esta questão. A suspensão poderá ser “para preservação da Ordem, para recepcionar visitante ilustre e por deliberação do plenário”. O Parágrafo Único esclarece que o tempo de suspensão não será computado na duração da Sessão. O art. 144 fala em interrupção, que “é prevista por falta de quorum, por ocorrência de tumulto, de ofício pelo presidente; em caráter excepcional, em qualquer fase da sessão, por motivo de luto nacional, pelo falecimento de autoridade ou alta personalidade ou por calamidade pública, a requerimento de vereadores, mediante deliberação do plenário”. Aí, nós entendemos que a sessão poderá Ter continuidade. Não há o enquadramento no caso de interrupção e, apenas, no de suspensão. Aprovado o Requerimento, esta Presidência designará a hora da retomada dos trabalhos e não computará o tempo de suspensão. A Mesa colocará em votação o Requerimento.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Para darmos continuidade à sessão, nós teríamos que renovar por mais duas horas, a partir de que horas? Queria saber a que horas serão retomados os trabalhos desta sessão. Deveria ficar bem esclarecido, antes da votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Esclarecemos a V. Exa. Que pretendemos, como o Requerimento é caso de suspensão, ver se o Requerimento será aprovado ou não. Aproado o Requerimento, definiremos um horário compatível de retomada dos trabalhos da Sessão Ordinária. O tempo de suspensão não é computado para efeito das quatro horas, que é o tempo da Sessão normal.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu entendi, quando V. Exa. Fazia a sua apreciação do Regimento Interno, que o presidente, de ofício, poderia interromper a Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Mas esta Presidência entendeu de não assumir sozinha; entendeu, democrática e soberanamente, ouvir, sobre a matéria, a deliberação do Plenário.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, tentando  colaborar com a Mesa, eu sustento que estamos com um Requerimento em votação, que pede a suspensão dos trabalhos. Esse Requerimento, se aprovado pelo Plenário da Casa, que é poder soberano maior, a sessão de hoje estará definitivamente suspensa. O que se pede é a suspensão e não a interrupção, Ver. João Dib. Suspensa a Sessão, não cabe a retomada. V. Exa., Ver. Isaac Ainhorn, é o comandante da Casa, comandante que distribui, sempre, democraticamente, a responsabilidade com o Plenário. A responsabilidade do Plenário  está equacionada, já, no encaminhamento. Aqueles que entendem que a relevância do ato público que vai-se desenvolver na tarde de hoje é de tal ordem que justifique a suspensão dos trabalhos votarão a favor; os que discordarem, vão votar negativamente. A decisão será tomada, não por V. Exa. Que a abriu ao Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Reginaldo Pujol, o Regimento é claro na distinção entre suspensão e interrupção, e esta Presidência está-se pautando pelo Regimento. O Requerimento pediu suspensão. O parágrafo único esclarece que, quando há suspensão, tem-se como pressuposto a retomada posterior dos trabalhos. Formalmente, é isso, Vereador, tanto é verdade que o parágrafo único estabelece que o tempo de suspensão não será computado na duração da Sessão. Esta Presidência queria enquadrar o caso em interrupção, mas não encontra, no elenco de casos arrolados em interrupção, a hipótese cabível. Então, prefere ser fiel ao Regimento. Formalmente, se aprovado o Requerimento, suspendem-se os trabalhos, e esta Presidência, por dever de ofício e da condição de Presidência, virá, aqui, num horário determinado, reabrirá a Sessão e constatará a existência, ou não, de quorum.

 

O SR. EDI MORELLI: V. Exa. e todos os Presidentes suspendem os trabalhos por 2 minutos, por 5 minutos para as despedidas. Isso tem acontecido. Agora, ao suspender os trabalhos na tarde de hoje, V. Exa. deverá dizer por quanto tempo.

 

O SR. PRESIDENTE: Os trabalhos serão suspensos para o ato e, formalmente, há uma possibilidade de retomada. A Mesa dirá por quanto tempo no momento oportuno.

 

O SR. DILAMAR MACHADO (Questão de Ordem): Há toda uma evidência de que o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa perdeu, em tese, o objetivo, porque era para suspender os trabalhos às 15h30min: estamos praticamente nas 16 horas.

Quero sugerir, para dirimir qualquer dúvida a preservar a posição de magistrado do nosso Presidente, que V. Exa., neste momento, determine a chamada para ingresso na Ordem do Dia. Ingressando na Ordem do Dia, formalizaremos novo requerimento para suspensão imediata dos trabalhos. Desta forma V. Exa. ficaria preservado e a Casa também.

 

O SR. ANTÔNIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Ratifico a posição, pois tenho preocupação quanto ao controle de presença dos Vereadores. Em não havendo quorum depois, os que s encontram e que tem compromissos políticos para mais tarde serão prejudicados. Concordo com a alternativa proposta pelo Ver. Dilamar Machado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa adotará a seguinte proposta: primeiro fará a chamada dos Srs. Vereadores para a Ordem do Dia, propondo a inversão na ordem dos trabalhos; primeiro a Ordem do Dia e, após, a discussão preliminar da Pauta.

Solicitamos ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores, para entrarmos na Ordem do Dia.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Há quórum, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento, solicitando a inversão na ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Havendo quórum passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Apregoamos o recebimento do Of. no 154/GP, do Sr. Prefeito Tarso Genro, que se dirige a esta Casa, entregando cópia do Balanço Financeiro do DMAE, relativo ao ano de 1995. Os outros foram entregues na Sexta-feira.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, quero fazer em Requerimento, com base no art. 100, da Lei Orgânica Municipal. A Associação Comunitária dos Moradores da Vila Gaúcha vem tentando, há um mês, usar a Tribuna Popular, e não se sabe por que razão, uma vez que já foram feitos todos os procedimentos legais, para que a associação possa se manifestar, não tem sido concedido o espaço da Tribuna Popular para a associação.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa esclarece a V. Exa. o seguinte: esta Presidência e esta Mesa Diretora, em que o partido de V. Exa. integra, tem adotado uma sistemática, que não é uma deliberação tão-somente da Presidência, no sentido de que as Tribunas Populares requeridas sejam feitas com a juntada de documento comprobatório da legitimidade da existência da associação ou instituição que requereu o tempo de Tribuna Popular. Informa a Diretoria Legislativa desta Casa que a mesma não juntou o documento necessário....

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Juntou sim...

 

O SR. PRESIDENTE: Não vamos polemizar com V. Exa. A Mesa tem uma prerrogativa que adotou no sentido de que, no caso de não ter esse documento, algum membro da Mesa se responsabilize pela existência e pelo funcionamento dessa entidade. Havendo isso, não há problema de juntada de documento formal, basta a certificação de um membro da Mesa.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Eu solicitaria a V. Exa. que me fornecesse pela Diretoria Legislativa, um documento e informando o que a associação não apresentou, dentro daquilo que estabelece a Lei.

 

O SR. PRESIDENTE: A Diretoria Legislativa estará, dentro do expediente desta Casa, à disposição de V. Exa., como dos demais Vereadores desta Casa.

A Mesa esclarece que o Ver. Airto Ferronato está no Palácio em representação desta Mesa, tratando da Jornada Governo do Estado e Câmara Municipal, onde este Vereador também deveria estar presente, mas, em função desta Sessão, solicitou que o Ver. Airto Ferronato estivesse lá.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, solicitando sejam suspensos os trabalhos da presente Sessão. O Ver. Mário Fraga solicita votação nominal. (Após a chamada.) APROVADO o Requerimento por 21 votos SIM, 05 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

Face à aprovação do Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa, estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h09min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 18h45min): Reabrimos os trabalhos da presente Sessão, que se encontrava suspensa em virtude do Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa, aprovado por esta Casa.

Constatamos a presença do Ver. Reginaldo Pujol.

Em razão da ausência de quórum, declaramos encerrada a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h45min.)